6 de abril de 2013

Toxicidade


Capacidade inerente a uma substância química de produzir efeito adverso ou nocivo sobre um organismo vivo. Após o contato inicial com a superfície corporal, o toxicante pode produzir uma toxicidade local ou sistêmica. Um efeito local é observado quando o efeito tóxico ou injurioso ocorre no ponto de contato inicial com o sistema biológico. Efeito sistêmico é obtido quando a substância tóxica (ou seu produto de biotransformação) é absorvida no local de contato e produz efeitos nocivos às células, tecidos ou órgãos distantes do local de exposição. Muitas substâncias podem produzir ao mesmo tempo efeitos locais e sistêmicos.

Os agentes tóxicos podem ser classificados utilizando-se diferentes critérios, dependendo da finalidade do estudo. Alguns autores os classificam de acordo com o órgão- alvo (por exemplo sistema hematopoiético, fígado, rins), seus usos (por exemplo praguicida, solvente, aditivo alimentar) ou seus efeitos (por exemplo hepatotóxico, mutagênico, imunotóxico). Outros os classificam de acordo com seus mecanismos de ação (por exemplo, metemoglobinizante, inibidor da colinesterase) ou potencial de toxicidade (extremamente tóxico, moderadamente tóxico, pouco tóxico). Outros ainda, de acordo com a escala de tempo ou duração (persistente, cumulativo, transitório, latente).

Características da exposição
Os efeitos tóxicos ou adversos de um agente químico sobre um sistema biológico serão produzidos até que aquele, ou seus produtos de biotransformação, alcancem os sítios- alvo de ação, após decorrido um período de tempo suficiente para o aparecimento de manifestações tóxicas. Portanto, a resposta tóxica dependente de vários fatores que irão influenciar a toxicidade de um composto, quais sejam propriedades físicas e químicas do agente, susceptibilidade do sistema biológico do indivíduo e condições de exposição.

As principais propriedades físicas e químicas que podem influenciar na toxicidade de um agente são: solubilidade, pressão de vapor, constante de ionização, reatividade química, estabilidade, tamanho da partícula, coeficiente de partição, entre outras.

Quanto aos fatores biológicos, espécie, sexo, idade, peso, diferenças genéticas e condições metabólicas (repouso, trabalho), podem influenciar na toxicidade do composto. Importância deve ser dada aos fatores relacionados a toxicocinética do agente, como absorção, distribuição, biotransformação, reatividade dos receptores e eliminação.

Os principais fatores relacionados às condições de exposição que influenciam a toxicidade são as vias de introdução e duração e freqüência da exposição.

As principais vias de introdução dos agentes tóxicos no organismo são o trato digestivo (ingestão), os pulmões (inalação) e a pele (dérmica). As vias parenterais (intramuscular e intravenosa) e também as mucosas, constituem meios usuais de introdução de medicamentos que, dependendo da dose e das condições fisiológicas ou patológicas do indivíduo, podem produzir efeitos adversos acentuados, com lesões graves em diversos órgãos. A intensidade do efeito tóxico e a rapidez da resposta dependem das vias de administração que, por ordem decrescente, são: intravenosa, respiratória, intraperitoneal, subcutânea, intramuscular, intradérmica, oral e dérmica.

A via de introdução pode influenciar a toxicidade dos agentes tóxicos. Por exemplo, no caso de uma substância que normalmente sofra destoxificação no fígado, espera-se que seja menos tóxica quando administrada por via oral (circulação portal), do que por inalação (circulação sistêmica).

Quanto à duração da exposição, esta pode ser dividida em aguda (contato com o agente por um período máximo de 24 h), subaguda (exposições repetidas durante um mês ou menos), subcrônica (múltiplas exposições entre um e três meses) e crônica (exposições por mais de três meses).

Em relação à freqüência da exposição, para várias substâncias, os efeitos tóxicos das exposições agudas são diferentes daqueles produzidos por exposições repetidas. Por exemplo, o efeito produzido pelo benzeno nas exposições agudas é a depressão do sistema nervoso central, enquanto que as exposições a longo prazo podem resultar em leucemia. Nas exposições agudas, as substâncias químicas são rapidamente absorvidas e os efeitosproduzidos geralmente são imediatos. Entretanto, algumas vezes, nota-se a ocorrência de efeitos retardados, similares ou não aos efeitos produzidos nas exposições a longo prazo.

Outro fator importante para a caracterização temporal da exposição é a freqüência da administração. Uma simples exposição a um agente químico que produza efeitos tóxicos drásticos pode determinar manifestações de menor intensidade, ou não produzir efeitos, se a mesma dose total for fracionada.
Deve-se considerar, ainda, que fatores ambientais podem influenciar na toxicidade das substâncias, como por exemplo temperatura, umidade, administração simultânea com outros agentes tóxicos e tensão (estresse).

A intoxicação e suas classes

A intoxicação pode ser definida como um conjunto de sinais e sintomas que demonstra o desequilíbrio orgânico causado pela ação de um toxicante. De acordo com os efeitos produzidos em função do tempo e freqüência de exposição, as intoxicações podem ser classificadas em agudas, subagudas e crônicas.

Intoxicação aguda (a curto prazo)
Consiste no aparecimento de um quadro clínico patológico, às vezes severo, decorrente de exposição única ou múltiplas exposições, num período de tempo não superior a 24 horas. Em geral, os efeitos surgem de imediato, como por exemplo, nas intoxicações por monóxido de carbono. Entretanto, algumas substâncias, como o paraquat, manifestam a intoxicação no decorrer de aproximadamente duas semanas. A evolução pode levar o intoxicado à morte, ou a uma recuperação total ou parcial com seqüelas ou lesões persistentes.

Intoxicação subaguda (a médio prazo)
Neste caso, são necessárias exposições freqüentes ou repetidas num período de vários dias ou semanas, antes que os efeitos se manifestem. Geralmente, representa menor gravidade que a intoxicação aguda, seguindo muitas vezes um curso subclínico, não se manifestando de forma clara e aparente, embora determine transtornos em níveis biológicos distintos.

Intoxicação crônica (a longo prazo)

É conseqüente à absorção repetida de um agente tóxico. Os sinais clínicos se manifestam pelo acúmulo da substância em determinados órgãos ou tecidos, ou seja, quando a quantidade eliminada é inferior à absorvida. Ou ainda pela soma dos efeitos tóxicos, sem que o agente se acumule no organismo, como, por exemplo, na exposição ao dissulfeto de carbono. Os efeitos adversos podem permanecer latentes (subclínicos) até que se manifestem por alguma causa, seja por uma queda no estado fisiológico geral do indivíduo ou pela mobilização do agente tóxico de seus sítios de armazenamento no organismo. 

Fases da intoxicação
Didaticamente, os processos envolvidos na intoxicação podem desdobrar-se em quatro fases:

a) fase de exposição: fase de contato das superfícies externas ou internas do organismo com o toxicante (depende da via de introdução, da freqüência e duração da exposição, da dose ou concentração do xenobiótico, das propriedades físico-químicas do agente e de fatores relacionados à suscetibilidade individual).

b) fase de toxicocinética: inclui os processos envolvidos desde a disponibilidade química até a concentração do toxicante nos órgãos-alvo (absorção, distribuição, armazenamento, biotransformação e eliminação das substâncias inalteradas e/ou metabólitos). 

c) fase de toxicodinâmica: compreende os mecanismos de interação entre o toxicante e os sítios de ação do organismo assim como o aparecimento dos efeitos nocivos decorrentes da ação tóxica.

d) fase clínica: há evidências de sinais e sintomas ou alterações detectáveis por provas diagnósticas que caracterizam os efeitos deletérios causados ao organismo.



Os agentes tóxicos podem ser classificados utilizando-se diferentes critérios, dependendo da finalidade do estudo. Alguns autores os classificam de acordo com o órgão- alvo (por exemplo sistema hematopoiético, fígado, rins), seus usos (por exemplo praguicida, solvente, aditivo alimentar) ou seus efeitos (por exemplo hepatotóxico, mutagênico, imunotóxico). Outros os classificam de acordo com seus mecanismos de ação (por exemplo, metemoglobinizante, inibidor da colinesterase) ou potencial de toxicidade (extremamente tóxico, moderadamente tóxico, pouco tóxico). Outros ainda, de acordo com a escala de tempo ou duração (persistente, cumulativo, transitório, latente).
 Características da exposição
Os efeitos tóxicos ou adversos de um agente químico sobre um sistema biológico serão produzidos até que aquele, ou seus produtos de biotransformação, alcancem os sítios- alvo de ação, após decorrido um período de tempo suficiente para o aparecimento de manifestações tóxicas. Portanto, a resposta tóxica dependente de vários fatores que irão influenciar a toxicidade de um composto, quais sejam propriedades físicas e químicas do agente, susceptibilidade do sistema biológico do indivíduo e condições de exposição.

As principais propriedades físicas e químicas que podem influenciar na toxicidade de um agente são: solubilidade, pressão de vapor, constante de ionização, reatividade química, estabilidade, tamanho da partícula, coeficiente de partição, entre outras.

Quanto aos fatores biológicos, espécie, sexo, idade, peso, diferenças genéticas e condições metabólicas (repouso, trabalho), podem influenciar na toxicidade do composto. Importância deve ser dada aos fatores relacionados a toxicocinética do agente, como absorção, distribuição, biotransformação, reatividade dos receptores e eliminação.

Os principais fatores relacionados às condições de exposição que influenciam a toxicidade são as vias de introdução e duração e freqüência da exposição.

As principais vias de introdução dos agentes tóxicos no organismo são o trato digestivo (ingestão), os pulmões (inalação) e a pele (dérmica). As vias parenterais (intramuscular e intravenosa) e também as mucosas, constituem meios usuais de introdução de medicamentos que, dependendo da dose e das condições fisiológicas ou patológicas do indivíduo, podem produzir efeitos adversos acentuados, com lesões graves em diversos órgãos. A intensidade do efeito tóxico e a rapidez da resposta dependem das vias de administração que, por ordem decrescente, são: intravenosa, respiratória, intraperitoneal, subcutânea, intramuscular, intradérmica, oral e dérmica.

A via de introdução pode influenciar a toxicidade dos agentes tóxicos. Por exemplo, no caso de uma substância que normalmente sofra destoxificação no fígado, espera-se que seja menos tóxica quando administrada por via oral (circulação portal), do que por inalação (circulação sistêmica).

Quanto à duração da exposição, esta pode ser dividida em aguda (contato com o agente por um período máximo de 24 h), subaguda (exposições repetidas durante um mês ou menos), subcrônica (múltiplas exposições entre um e três meses) e crônica (exposições por mais de três meses).

Em relação à freqüência da exposição, para várias substâncias, os efeitos tóxicos das exposições agudas são diferentes daqueles produzidos por exposições repetidas. Por exemplo, o efeito produzido pelo benzeno nas exposições agudas é a depressão do sistema nervoso central, enquanto que as exposições a longo prazo podem resultar em leucemia. Nas exposições agudas, as substâncias químicas são rapidamente absorvidas e os efeitosproduzidos geralmente são imediatos. Entretanto, algumas vezes, nota-se a ocorrência de efeitos retardados, similares ou não aos efeitos produzidos nas exposições a longo prazo.

Outro fator importante para a caracterização temporal da exposição é a freqüência da administração. Uma simples exposição a um agente químico que produza efeitos tóxicos drásticos pode determinar manifestações de menor intensidade, ou não produzir efeitos, se a mesma dose total for fracionada.
Deve-se considerar, ainda, que fatores ambientais podem influenciar na toxicidade das substâncias, como por exemplo temperatura, umidade, administração simultânea com outros agentes tóxicos e tensão (estresse).

A intoxicação e suas classes

Um comentário:

Bem Vindo.